SISTRUT Software e Tecnologia
Grupo: CAD, Projetar x Desenhar
Início: 20/Junho/1996
Patrocínio: SISTRUT
Inicialmente pode parecer que a utilização de aplicativos desenvolvidos
para auxiliar o desenho através do computador (CAD) seja feita única e
exclusivamente para a geração de desenhos. Infelizmente, no caso da
Engenharia de projetos bem como na Arquitetura, a falta de mão de obra adequada
e o custo crescente da mesma em relação ao custo decrescente do projeto,
faz com que o profissional Arquiteto/Engenheiro muitas vezes "enxergue" este tipo de
software como um gerador de desenhos e não um gerador de projetos ou melhor ainda,
como uma ferramenta adequada à criação de um banco de dados do
projeto na qual um dos produtos é o desenho.
É comum ao longo do meu trabalho de desenvolvimento ser questionado por usuários,
que gostariam de receber um "desenho de arquitetura" em CAD e utilizá-lo como base
para lançamento das lajes. A primeira pergunta que normalmente faço é:
"Você está recebendo um desenho ou um projeto ? ". Pode parecer que não
exista diferença, mas ela existe e é muito grande. O intuito deste documento
é justamente esclarecer esta diferença e educar o usuário para que
o mesmo possa a curto prazo tirar proveito deste tipo de informação.
Veja por exemplo um caso comum referente a um desenho de arquitetura. Nós Engenheiros
e Arquitetos, ao visualizarmos um desenho de arquitetura sabemos distinguir os elementos
que compõem o desenho como paredes, portas, janelas, etc. Este mesmo desenho
visualizado por um leigo será visto como um conjunto de traços, que para
ele nada representam. Da mesma forma quando, ao utilizarmos um software do tipo CAD e
gerarmos um conjunto de traços única e exclusivamente com a preocupação
do desenho, estaremos criando um conjunto de informações que não
poderão ser "entendidas" por outro software que deseje aproveitá-las.
Se para estes mesmos traços, ao executarmos o projeto, definirmos alguma informação
adicional que identifique o traço, este conjunto de traços passará a ser um
banco de dados e consequentemente poderá ser utilizado como base de dados independente
do produto desenho.
Qual a dificuldade então para que isto venha a acontecer ?
Simples, é necessário que "todos" que queiram trocar informações,
adotem o mesmo padrão para definição dos dados e que existam maneiras de
se definir as características adotadas no desenho. Em palavras mais simples isto significa
que, teremos desenhos em centímetros, em metros, outros em milímetros independente
das cotas mostradas no desenho (podemos desenhar em milímetros e cotar em metros).
É necessário então definir um padrão para que se possa iniciar o
processo de criação de um protocolo de desenho para ser utilizado em PROJETOS desenvolvidos em CAD.
Quem já alguma vez trabalhou com programas do tipo CAD, sabe que estes aplicativos
possuem o recurso de se definir um "campo de trabalho" denominado layer. Estes layers
funcionam como um nível ao qual se atribuem certas características (côr,
espessura de linha, ativado, desativado, etc..) que para definição das informações
que estamos buscando, será de grande utilidade.
Assim, é de nosso interesse propor uma série de normas básicas para definição
de um projeto visando a troca de informações através de arquivos CAD.
primeiro) Definição do número do protocolo adotado (série).
Em função das evoluções deste padrão, encontraremos desenhos
em diferentes protocolos ao longo do tempo.
segundo) Definição de variáveis que identifiquem o criador do projeto
e alterações.
Em função de várias pessoas/equipes trabalharem no mesmo
projeto (arquitetura / estrutura / fundação / hidráulica /
elétrica /...) deveremos criar condições de obter informações
a respeito de cada equipe.
terceiro) Definição de um protocolo baseado na denominação de layers.
Criação de um padrão para definição do nome a ser adotado nos
layers que identifique o conjunto de traços deste campo de
trabalho.
último) Definição de limitações.
Definição de limitações de entidades geométricas e/ou recursos
de desenho que não serão aceitos na confecção de um projeto.
Logicamente, não é nosso intuito criar um padrão de protocolo e obrigar a que todos os
projetos da área sigam as regras nele estabelecidas, porém é um primeiro passo para
que uma uniformização dos procedimentos de trabalho venham a ocorrer.
Segue, roteiro básico para a utilização prática das regras listadas acima.
DEFINIÇÃO DE PROTOCOLO DE DADOS PARA
PROJETOS DE ARQUITETURA E ENGENHARIA EM CAD
SÉRIE 1
Os aplicativos CAD aceitam que sejam definidos campos de trabalho com até 17 letras.
A composição do nome deste campo de trabalho ("layer") poderá ser feita da seguinte maneira:
A A A - B B B B B - C C C C -
A A A Três primeiras letras do nome do layer (posição 1 à 3)
ARQ projeto arquitetônico
PAI projeto paisagístico
EST projeto estrutural
FUN projeto da fundação
HID projeto hidráulico
ELE projeto elétrico
GAS projeto da tubulação de gás
ACD projeto de ar condicionado
INC projeto contra incêndio
B B B B B Cinco letras complementares do nome do layer (posição 5 à 9)
(hum) COMEN Layer especial de comentários.
Neste layer deverão ser definidos textos
padronizados que identifiquem o desenho e parâmetros
nele utilizados.
ARQ-COMEN ; EST-COMEN ; HID-COMEN ; ..
Neste layer deverão ser definidas as variáveis e as
informações necessárias para identificação do
projeto, não se importando com a ordem porém,
tomando cuidado para que cada informação seja
composta por um único texto e não a soma de dois
textos (veja comentário abaixo) .
Para as datas, será estipulado o padrão dia mês ano
em um único número sem espaços tipo 020893
2 de Agosto de 1993.
SERIE 1 NUMERO DO PROTOCOLO
1:1 TAMANHO PROJETADO:TAMANHO REAL
mm UNIDADE DE MEDIDA UTILIZADA (m, mm, cm, pol)
NomedoCad NOME DO PROGRAMA CAD
Versao VERSAO DO PROGRAMA CAD
CLIENTE NomedoCliente
OBRA NomedaObra
CRIADO POR nome / data
DATA REVISAO data1 / data2 / ... / datai
REVISADO POR nome1 / nome2 / ..../ nomei
Estas informações deverão ser preenchidas
diferentemente por cada setor / equipe de projeto
visando definir parâmetros básicos a serem
considerados. Por exemplo, na criação do projeto
arquitetônico, deverá ser criado um layer de nome
ARQ-COMEN e, dentro dele deverão existir textos com
as informações acima. Não será importante o tamanho
do texto, a posição, o tipo de letra, a inclinação,
letra maiúscula ou letra minúscula porém,
É MUITO IMPORTANTE QUE O TEXTO SEJA ÚNICO.
Não escreva SERIE 1 e depois escreva um outro texto
NUMERO DO PROTOCOLO posicionado na continuação deste
primeiro.
As informações que serão preenchidas serão as que
acima se encontram em negrito e em letra itálica.
(dois) RVSAO Layer especial de comentários sobre revisões.
Neste layer deverão ser definidos um conjunto de
textos que identifique o conteúdo das revisões
executadas no projeto.
ARQ-RVSAO ; EST-RVSAO ; HID-RVSAO ; ...
Segue a sugestão de alguns nomes para campos de trabalho - "layers".
(três) ARQ-CTTER traços do contorno do terreno
ARQ-CTPRJ traços do contorno do projeto
ARQ-EIXOS traços dos eixos de referência de arquitetura
ARQ-PARED traços das paredes
ARQ-JANEL traços das janelas
ARQ-PORTA traços das portas
ARQ-GRADE traços de grades, varandas, etc...
ARQ-ESTRU traços estrutura-concreto imposta/sugerida
ARQ-ESACO traços estrutura-aço imposta/sugerida
ARQ-PROJE traços da projeção de outros elementos
ARQ-PISOS desenho do piso (tábua, lajota, cerâmica..)
ARQ-OCUPA textos com a ocupação dada aos ambientes
ARQ-NIVEL textos com o nível acabado dos pisos
ARQ-DESNI traços de desníveis
ARQ-CORTE indicações de corte e desenho do corte
ARQ-COTAS traços de cotas e medidas
ARQ-VISTA indicações de vista e desenho da vista
EST-EIXOS traços dos eixos de referência de estrutura
EST-CARGA textos com o valor das cargas consideradas
EST-PILAR traços dos contornos de pilares
EST-VIGAS traços das faces das vigas
EST-LAJES traços das bordas de lajes
EST-ESCAD traços de desenhos de escada
EST-FUROS traços dos furos internos às lajes
EST-BURAC indicação de buracos X
EST-NIVEL texto com o nível das lajes e vigas
EST-COTAS traços de cotas e medidas
C C C C Quatro letras complementares (posição 11 à 14)
Aconselha-se que no layer COMEN, seja definida uma tabela com o nome de todos
os layers utilizados no projeto e o que neles está contido (NAO É OBRIGATÓRIO).
exemplos ...
layer conteúdo
ARQ-PISOS desenho do tipo de piso adotado (desenho)
ARQ-PISOS-CARA características e propriedades dos pisos (texto) - off
EST-PILAR linhas de contorno dos pilares
EST-PILAR-HACH linhas de hachura em pilares que morrem, nascem...
EST-COTAS-LAJE cotas das faces superiores das lajes (texto) - off
EST-CARGA-LAJE cargas de ocupação adotadas nas lajes (texto) - off
Vejamos então os comentários, opiniões e sugestões apresentadas.
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